domingo, 13 de abril de 2008

Editorial - Homenageemos Trindade Coelho

Comemora-se este ano o primeiro centenário da morte de José Francisco de Trindade Coelho, um nosso conterrâneo nascido em Mogadouro no ano de 1861.

A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro tem o dever de honrar a memória deste ilustre transmontano, não só pelo facto de se tratar de um escritor português de nomeada, mas também porque foi um dos fundadores da nossa Instituição, tendo nela desempenhado os cargos de Presidente da Assembleia Geral e Director dos Anais.

A sua dedicação à nossa Casa está indelevelmente presente na nossa sede, pois que o mobiliário de escritório nobre que faz parte da nossa actual Biblioteca foi objecto de uma doação sua.

Vindo ao encontro da vontade que já tínhamos de prestar homenagem a esta grande figura de escritor, pedagogo, jornalista, jurista e político, a Câmara Municipal de Mogadouro lembrou-se, em boa hora, de nos propor a celebração de um protocolo que nos permitirá, em conjunto com ela, prestar a justa homenagem que desejamos seja grandiosa para honrar condignamente a memória deste ilustre Mogadourense. Esta será, aliás, a segunda grande participação da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro num processo com tão justo e digno objectivo, porquanto a primeira decorreu no ano de 1947, quando uma Delegação nossa participou em Mogadouro numa sessão magna de homenagem à memória e obra desse grande escritor, da qual viria a resultar a edificação do monumento ao mesmo que ainda hoje sobressai na sua terra.

Quando o grande cientista e político Benjamin Franklin afirmava que de todas as dívidas a mais sagrada é o reconhecimento, ele tinha razão, porque reconhecer e agradecer a grandeza e generosidade de um espírito criador e nobre como o de Trindade Coelho engrandece quem o faz e constitui um exemplo para os outros, em particular para os mais novos, ensinando-os a manter viva a memória dos grandes homens do nosso país, porque eles constituem a alma de um povo e o sangue oxigenado de uma nação.

O autor de «Os meus amores» e «Outros Amores» , para além do virtuosismo da boa escrita, patenteia na sua vida e obra o amor à terra que o viu nascer. Ainda que tenha circulado por várias regiões por força da sua condição de procurador régio, decidiu escrever com base em cenários da sua terra natal, reflectindo nos diálogos a própria linguagem do seu povo.

Bem-haja pelo legado e pelo exemplo que nos deixou.

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