por José Augusto Coelho
Olá minha terra minha gente
Olá brisa que te comi com pão
De sementeiras de um trigo fulgente
Semeado a pulso dolente
Nas aradas rasgadas à mão
Minha eira de chão lambido
Pelo marasmo do tempo que passa
Pão e lágrimas em ti esquecido
Onde estás trigo vestido
Com grãos da minha fogaça
Suor escaldante no rosto
Que o vento norte lambia
As rugas da gente de Agosto
Nas esquinas de sol-posto
Trilhavas o pão de cada dia
Minha terra minha gente
Meu cântico adormecido
Candeia da minha mente
Luz da minha semente
Fonte do meu sentido
Onde estás quartilho de vinho
Que entravas no forno da alma
Na taberna do meu caminho
Fazias dançar o copinho
No rosto da tarde calma
Horizontes que tocam o céu,
Escondem lágrimas suor e castigo
As searas ondeavam ao léu
Num aroma a feno que é teu
De ti meu canto de abrigo
Trindades da madrugada
Afonia sem madrigal
Já não chamam
Já não clamam
Por ti minha gente leal
"Antes que me esqueça"
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Faz hoje um ano. Com um prefácio de Jaime Gama, apresentado por Jaime
Nogueira Pinto e José Ferreira Fernandes, lancei, numa Fundação Calouste
Gulbenkia...
Há 5 horas
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