Do "JN online" transcrevemos:
por Eduardo Pinto
A barragem do Baixo Sabor, que está a ser construída em Torre de Moncorvo, é um investimento que vai ajudar a combater a crise. É a convicção do primeiro-ministro, José Sócrates, que ontem visitou o local.
O chefe do Governo baseia-se em números: 300 pessoas e 42 empresas estão, neste momento, envolvidas nos trabalhos. A obra começou em Setembro de 2008, deve acabar em 2013, e no auge da empreitada estarão ali ocupadas 1700 pessoas e mais de 100 empresas. "Isto significa que esta barragem está a dar mais oportunidades de emprego", frisou Sócrates, acrescentando as "oportunidades de actividade para as empresas portuguesas". "É com estes investimentos que se combate a crise", rematou.
A construção da barragem não foi propriamente um processo fácil, com sucessivos contratempos, muito deles provocados pela Plataforma Sabor Livre, que reúne várias associações ambientalistas, e que sempre se bateu contra o aproveitamento hidroeléctrico por destruir o que dizem ser o último rio selvagem da Europa.
Recorde-se que as obras estiveram paradas durante o mês passado, devido a uma providência cautelar interposta pela Plataforma junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, acção que viria a ser rejeitada, a 27 de Janeiro, pelo mesma tribunal.
O presidente da EDP, António Mexia, realçou, ontem, a luta travada nos últimos dez anos para conseguir avançar com um empreendimento que vai "aumentar em mais de 20% a capacidade de armazenagem de água em Portugal e duplicar as reservas do Douro". Daí que o ministro da Economia, Manuel Pinho, lhe tenha atribuído o epíteto de "mãe de todas as barragens", entre as dez do novo plano do Governo.
Por outro lado vão ser investidos "mais de 60 milhões de euros" num plano de minimização do impacto ambiental na região abrangida pela albufeira. Não admira que o presidente da Câmara de Moncorvo, Aires Ferreira, sublinhasse que "não há memória de um tão grande conjunto de investimentos no distrito de Bragança".
Sobre a barragem do Tua, cuja fase consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental termina hoje, António Mexia prometeu que a EDP vai "respeitar" a realização de um referendo em Mirandela sobre a continuidade da linha ferroviária do Tua - parte dela será submersa caso a barragem seja construída. Mas afirmou que não vê interesse numa alternativa ferroviária àquela via, cuja beleza vive da paisagem que dela se desfruta. "Se pusessem um ferrovia sem vista não percebo qual seria o interesse", disse.
Sem comentários:
Enviar um comentário