Há anos que se vem arrastando o famigerado problema da nova Sede. Nem que o pretendesse, não caberia no espaço razoável deste editorial a descrição de todo o conturbado processo de resolução desse problema que tantas frustações e angústias proporcionou aos actuais e anteriores membros de direcções da nossa instituição.
A CTMAD paga há muitos anos direito de superfície sobre um terreno perto da Torre de Belém que lhe foi doado pela CML exclusivamente para a construção de uma nova Sede, já que não pode alugá-lo ou negociá-lo seja de que forma for e no qual por razões arqueológicas nada pode construir. Pergunta-se: para que serve um terreno destinado a construção onde não se pode construir?
A resposta óbvia a esta questão conduziu à tentativa de trocar com a CML esse terreno por outro no mesmo local, que por sinal era maior e onde (pelo menos antes da doação à nossa Casa por troca...) parecia não haver impedimentos de construção! Só que este processo arrastou-se de uma forma significativamente longa. E porquê? Só quem não quer ver não vê que grandes «forças ocultas» se levantaram contra a referida permuta.
Tenho por mim (mas como não sou adivinho até poderei estar enganado...) que nem de aqui a muitos anos tal permuta se concretizaria...
Mas, como não podíamos viver mais neste sufoco imposto pelas limitações da actual Sede, nem neste sonho que teimava em não se concretizar, após ouvirmos uma plêiade de antigos e esclarecidos associados e obtermos deles o seu apoio, decidimos propor à Assembleia Geral a discussão e aprovação de uma proposta de troca do direito de superfície do referido terreno que nos foi doado e onde não podíamos construir a Sede , não pelo direito de superfície de um outro onde tínhamos um prazo de alguns (perigosamente poucos...) anos para construir uma nova Sede sob pena de ficarmos sem terreno e Sede, mas pelo direito de ocupar um magnífico Palacete num local nobre e central da capital e, para além disso, muito mais acessível à grande maioria dos associados.
Tal proposta foi considerada pelos participantes da Assembleia-geral realista, bem fundamentada e vantajosa, pelo que foi aprovada por todos os associados presentes e foram muitos.
É caso para se dizer: “já vemos a luz ao fundo do túnel”... no que concerne a virmos a ter uma nova Sede. O edifício está de pé e parecem estar criadas todas as condições para o virmos ocupar num prazo relativamente curto.
Mas entretanto, sem o problema da nova Sede resolvido, e com um número de associados que pagam quotas, claramente insuficiente, continuamos a realizar actividades que engrandecem a Casa e correspondem à grandiosidade da sua história.
Assim, levámos a cabo, no passado dia 26 de Setembro, a Festa do 104º Aniversário com uma sessão solene digna e uma ceia apetitosa.
Na primeira, para além do muito merecido agraciamento de alguns associados que persistem nessa condição há muitos anos, tivemos uma justíssima homenagem à muito conhecida figura da cultura que se chama Nadir Afonso, que deixou de ser um vulgar arquitecto para passar a ser um pintor singular. Mas mais do que um grande pintor, ele é também um pensador. As suas ideias, e não apenas a sua pintura, não podem fugir à idiossincrasia da sua personalidade e formação, mas merecem e muito ser analisadas e debatidas.
Dignaram-se estar presentes nessa homenagem o ministro da Administração Interna, Dr. Rui Pereira e o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Dr. João Baptista, tendo o Governador Civil de Vila Real, Dr. Alexandre Chaves e o presidente do Município lisboeta, Dr. António Costa, mandado mensagens de justificação das suas ausências e de elogio ao Mestre.
O Prof. Dr. José Henrique Dias, falou da vida e da obra do Pintor.
Na segunda, além de um apetitoso repasto, tivemos o bolo, o espumante e a sempre presente animação emprestada pelos Maranus.
Termino este meu editorial apelando à participação dos nossos queridos associados e associadas nas nossas iniciativas.
O Magusto já está quase à porta e mais uma vez terá lugar nos Maristas, desta feita a 8 de Novembro.
Poderão comprar as saborosas castanhas da nossa terra e celebrar com os vossos familiares o bendito S. Martinho.
Lá estaremos.
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