A vida da actividade assistencial de uma instituição secular
A Santa Casa da Misericórdia de Chaves conta, a partir de agora, com a edição do livro “História da Misericórdia de Chaves”, lançado recentemente. O novo “veículo” de comunicação dedicado à História da sua fundação, desde os primeiros passos datados do século XVIII até aos dias de hoje, representa um dos poucos exemplares no país, a dar a conhecer a vida de uma instituição secular.
São 652 páginas com histórias, fotos, referências ao volume arquivístico da Instituição, registos descritivos do século XVIII do Hospital da Misericórdia, no campo da saúde, passando pela área alimentar, o conceito assistencial de vida, os reflexos das monarquias e repúblicas na vida das misericórdias e todas as mudanças sociais subjacentes.
De acordo com a autora, o livro retrata “não tudo, porque ainda ficou muito por dizer, mas muitos dos seus momentos áureos ou de tormenta ao longo dos quase quinhentos anos de vida da Instituição” e de todos os intervenientes que ajudaram a melhor servir o próximo.
Uma viagem “apaixonante” iniciada há alguns anos, cujo projecto da responsabilidade de Maria Isabel Viçoso ganha agora rosto. O livro onde estão historiadas e documentadas páginas da vida de Chaves pretende “dar corpo a um trabalho que evidenciasse a interessante e polifacetada vida da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, dotada de um espírito que sempre procurou proporcionar cuidados assistenciais à sociedade mais carenciada, adaptando-se continuamente à filantropia dos tempos, às circunstâncias e aos novos problemas”, salientou a autora.
Novas valências e equipamentos ganharam vida
A obra de Maria Isabel Viçoso, membro da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, desde 2000, responsável pelo departamento de Património e Cultura pretende “abrir as portas” a um passado da Instituição que ajuda a compreender como ganharam vida outras valências e equipamentos, cada um com a sua história, nomeadamente: a Igreja, o Hospital, a capela do Calvário, a Escola de Artes e Ofícios, a Casa de Anciãos, as valências de Vidago, Vilar de Nantes, o Centro Educacional de Casas dos Montes, a Santa Casa da Misericórdia de Boticas, filha da Santa Casa da Misericórdia de Chaves dando a conhecer à população o “mundo da actividade assistencial no campo da solidariedade social”.
Um facto que mereceu o reconhecimento das pessoas que a acompanharam no passado dia 12 enchendo o auditório do Hotel Forte de São Francisco, em Chaves, aquando da sua apresentação e que contou com o apoio da Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT) como “associação que tem sabido apoiar, dinamizar e desenvolver os valores culturais e tradicionais da região”.
O provedor da Misericórdia de Chaves reconheceu na autora “a vontade pessoal, o rigor histórico, a persistência, o trabalho, o amor à causa da solidariedade e da cultura e acima de tudo o espírito de servir uma causa”, lembrando o papel que a Misericórdia de Chaves detém no contexto nacional e a relevância que assume na sociedade civil, pelo “espírito solidário e a tenacidade” de todas as anteriores mesas administrativas e a luta que ainda hoje é travada em “desafiar preconceitos, enfrentar os desafios das mudanças, inventar novas respostas socais, ser singular nos princípios e inovador na subsidiariedade e na solidariedade”.
A acção desenvolvida nos últimos tempos recorda a efectiva participação da Misericórdia de Chaves na região em que está inserida, estendendo ao longo do tempo o seu raio de actuação, “dar cobertura na rede social do concelho de Chaves, dar corpo aos desafios da formação ao nível inter médio e superior através da participação e criação da Escola Profissional e da Escola Superior de Enfermagem, dar expressão efectiva aos encontros de idosos”. Nuno Rodrigues não deixou de referir ainda a capacidade que instituição possui como “a maior prestadora de serviços sociais do distrito de Vila Real e uma das cinco maiores do norte do país sendo igualmente a maior empregadora privada de Trás-os-Montes e Alto Douro na assistência ao maior número de famílias”.
“Faz parte integrante da cidade, do concelho e da região”
Mas a vida das misericórdias é algo que “fascina” e isto mesmo é o que pretende demonstrar este livro que “se tornará incontornável na história do nosso município”, salientou o presidente do Município de Chaves, João Batista, referindo a propósito que a História da Misericórdia de Chaves é uma parte integrante da História da cidade, do concelho e da região”, pelo enriquecimento que ela representa e acrescenta “à identidade e à dignificação do nosso passado, a transportar para o presente a nossa vontade e capacidade de participação na realização daquilo que queremos”.
Dirigindo-se aos leitores, o professor catedrático da Universidade do Minho, António Manuel de Sousa Fernandes, a quem coube a apresentação da obra alertou para uma sugestão de leitura, dada a “inúmera informação que recolhe, em vez de ser lido como romance ou um livro de História deve ser sobretudo mantido como uma espécie de enciclopédia, onde podem ser feitas pesquisas por datas ou temáticas”.
O padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), realçou o contributo e a importância desta obra para a “divulgação do trabalho realizado pelas instituições de solidariedade social”.
Tem sido preocupação da direcção da Misericórdia de Chaves a preservação e o restauro de todo o seu património histórico e cultural. Como forma de dar a conhecê-lo à comunidade esteve patente na antecâmara do auditório, uma exposição que reuniu um conjunto de peças museológicas que fazem parte do acervo da Instituição.
Chaves foi uma das primeiras vilas a aceitar o convite da rainha D. Leonor, fundadora das Misericórdias, quando em 1516 estabelece o primeiro compromisso com a Confraria da Misericórdia de Lisboa, cujo exemplar também fazia parte da mostra.
De referir que a “História da Misericórdia de Chaves” vem juntar-se a outras publicações já editadas sobre a Misericórdia de Chaves. Entre algumas revistas existe a segunda edição do livro “Azulejos da Misericórdia” do Padre António Cerimónias, 1927, “Misericórdias do Distrito de Vila Real, Passado, Presente e Futuro”, 1998 e “Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Chaves e Boticas” do mesmo ano, dois livros editados através de um protocolo com o Arquivo Distrital de Vila Real e ainda “A Igreja da Misericórdia”, de Maria Isabel Viçoso, de 2001.
De acordo com a autora, o livro retrata “não tudo, porque ainda ficou muito por dizer, mas muitos dos seus momentos áureos ou de tormenta ao longo dos quase quinhentos anos de vida da Instituição” e de todos os intervenientes que ajudaram a melhor servir o próximo.
Uma viagem “apaixonante” iniciada há alguns anos, cujo projecto da responsabilidade de Maria Isabel Viçoso ganha agora rosto. O livro onde estão historiadas e documentadas páginas da vida de Chaves pretende “dar corpo a um trabalho que evidenciasse a interessante e polifacetada vida da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, dotada de um espírito que sempre procurou proporcionar cuidados assistenciais à sociedade mais carenciada, adaptando-se continuamente à filantropia dos tempos, às circunstâncias e aos novos problemas”, salientou a autora.
Novas valências e equipamentos ganharam vida
A obra de Maria Isabel Viçoso, membro da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Chaves, desde 2000, responsável pelo departamento de Património e Cultura pretende “abrir as portas” a um passado da Instituição que ajuda a compreender como ganharam vida outras valências e equipamentos, cada um com a sua história, nomeadamente: a Igreja, o Hospital, a capela do Calvário, a Escola de Artes e Ofícios, a Casa de Anciãos, as valências de Vidago, Vilar de Nantes, o Centro Educacional de Casas dos Montes, a Santa Casa da Misericórdia de Boticas, filha da Santa Casa da Misericórdia de Chaves dando a conhecer à população o “mundo da actividade assistencial no campo da solidariedade social”.
Um facto que mereceu o reconhecimento das pessoas que a acompanharam no passado dia 12 enchendo o auditório do Hotel Forte de São Francisco, em Chaves, aquando da sua apresentação e que contou com o apoio da Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT) como “associação que tem sabido apoiar, dinamizar e desenvolver os valores culturais e tradicionais da região”.
O provedor da Misericórdia de Chaves reconheceu na autora “a vontade pessoal, o rigor histórico, a persistência, o trabalho, o amor à causa da solidariedade e da cultura e acima de tudo o espírito de servir uma causa”, lembrando o papel que a Misericórdia de Chaves detém no contexto nacional e a relevância que assume na sociedade civil, pelo “espírito solidário e a tenacidade” de todas as anteriores mesas administrativas e a luta que ainda hoje é travada em “desafiar preconceitos, enfrentar os desafios das mudanças, inventar novas respostas socais, ser singular nos princípios e inovador na subsidiariedade e na solidariedade”.
A acção desenvolvida nos últimos tempos recorda a efectiva participação da Misericórdia de Chaves na região em que está inserida, estendendo ao longo do tempo o seu raio de actuação, “dar cobertura na rede social do concelho de Chaves, dar corpo aos desafios da formação ao nível inter médio e superior através da participação e criação da Escola Profissional e da Escola Superior de Enfermagem, dar expressão efectiva aos encontros de idosos”. Nuno Rodrigues não deixou de referir ainda a capacidade que instituição possui como “a maior prestadora de serviços sociais do distrito de Vila Real e uma das cinco maiores do norte do país sendo igualmente a maior empregadora privada de Trás-os-Montes e Alto Douro na assistência ao maior número de famílias”.
“Faz parte integrante da cidade, do concelho e da região”
Mas a vida das misericórdias é algo que “fascina” e isto mesmo é o que pretende demonstrar este livro que “se tornará incontornável na história do nosso município”, salientou o presidente do Município de Chaves, João Batista, referindo a propósito que a História da Misericórdia de Chaves é uma parte integrante da História da cidade, do concelho e da região”, pelo enriquecimento que ela representa e acrescenta “à identidade e à dignificação do nosso passado, a transportar para o presente a nossa vontade e capacidade de participação na realização daquilo que queremos”.
Dirigindo-se aos leitores, o professor catedrático da Universidade do Minho, António Manuel de Sousa Fernandes, a quem coube a apresentação da obra alertou para uma sugestão de leitura, dada a “inúmera informação que recolhe, em vez de ser lido como romance ou um livro de História deve ser sobretudo mantido como uma espécie de enciclopédia, onde podem ser feitas pesquisas por datas ou temáticas”.
O padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), realçou o contributo e a importância desta obra para a “divulgação do trabalho realizado pelas instituições de solidariedade social”.
Tem sido preocupação da direcção da Misericórdia de Chaves a preservação e o restauro de todo o seu património histórico e cultural. Como forma de dar a conhecê-lo à comunidade esteve patente na antecâmara do auditório, uma exposição que reuniu um conjunto de peças museológicas que fazem parte do acervo da Instituição.
Chaves foi uma das primeiras vilas a aceitar o convite da rainha D. Leonor, fundadora das Misericórdias, quando em 1516 estabelece o primeiro compromisso com a Confraria da Misericórdia de Lisboa, cujo exemplar também fazia parte da mostra.
De referir que a “História da Misericórdia de Chaves” vem juntar-se a outras publicações já editadas sobre a Misericórdia de Chaves. Entre algumas revistas existe a segunda edição do livro “Azulejos da Misericórdia” do Padre António Cerimónias, 1927, “Misericórdias do Distrito de Vila Real, Passado, Presente e Futuro”, 1998 e “Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Chaves e Boticas” do mesmo ano, dois livros editados através de um protocolo com o Arquivo Distrital de Vila Real e ainda “A Igreja da Misericórdia”, de Maria Isabel Viçoso, de 2001.
Sem comentários:
Enviar um comentário