domingo, 6 de abril de 2008

A minha visão da nossa Casa

Ao escrever este artigo faço-o essencialmente como reflexão e intuito de homenagear todos os sócios que de alguma forma contribuíram para o engrandecimento da nossa casa durante a sua já longa história de mais de 100 anos ressalvando aqui e ali aspectos marcantes da sua história.

Nestes cerca de 34 anos, tempo em que tive a honra de estar ligado a ela quer como membro de várias comissões quer incluindo os seus corpos sociais, habituei-me a senti-la de forma apaixonada. As suas paredes foram de algum modo transmitindo ao longo destes anos a história de homens e mulheres de uma região esquecida pelas políticas de quem tem tido o privilégio de governar Portugal. A nossa Casa passou por diversos períodos, uns melhores outros menos bons pois as vivências dos tempos nem sempre foram ao encontro dos nossos desejos, com certeza por força das vicissitudes da própria sociedade em que se vivia e vive. É de salientar mesmo assim a sua importância em determinada época da sua história na cidade de Lisboa através da realização de diversas acções de cariz social.

Os congressos de Trás-os-Montes e Alto Douro por ela realizados a semana da nossa região no casino Estoril a organização de debates sobre os problemas da região debatidos dentro e fora da casa os encontros/festas com grupos da região a promoção dos seus produtos a criação da federação das casas de TMAD, (ainda que até á data não se tivesse obtido o resultado esperado) encontros com outras casa regionais que não da Região, as exposições de pintura, lançamento de livros de autores da nossa terra e o jornal são entre outros, marcos que têm deixado bem vincada a força de uma casa com mais de um século de existência.

Ainda que correndo o risco de poder ser injusto nesta minha análise, o que desde já me penitencio, gostaria de destacar alguns nomes que em minha opinião estiveram sempre disponíveis para ajudar a cimentar a importância da casa até aos nossos dias. É evidente que o mérito vai 1º para todos os que tiveram a feliz ideia de criar a casa 1º como Clube Transmontano depois como Grémio. Homens que no seguimento da história foram dando lugar a outros como Bento Roma, Cap. Álvaro Cepeda, (que tem tido no seu filho um grande continuador da sua obra na casa) Dr. João D'Almendra, Dr. Ferreira Deusdado, Joaquim Delgado, Dr. Montalvão Machado, Eng.º Eduardo António Carneiro o Sr. Comendador Francisco Barbosa, Prof. Adrião Lopes, General Altino de Magalhães, Dr. Daniel Justino dos Santos, Dr.Varejão Castelo Branco e Eng.º Tomás Rebelo Espírito Santo, entre outros. Nesta hora não posso esquecer também muitos sócios que através de diferente formas ajudaram a contribuir para o sucesso da casa. São estes sócios porventura menos visíveis que por eles tem também passado muito da vida da casa mas que na minha opinião têm sido de alguma forma esquecidos. Há que os trazer de volta.

Apesar desse contributo, muito há ainda por realizar ela continua a precisar de todos nós para levar a bom porto a sua mensagem e para continuar e fortalecer essa mensagem é evidente que uma sede condigna é necessariamente prioritária não se compreendendo como é que ao longo dos anos a nossa influência nunca tivesse sido capaz de adquirir uma sede com outras dimensões de forma a discutir não só aos projectos da casa como até servir de apoio á própria região.

Acredito que esta direcção vai definitivamente resolver este problema que nos afecta há vários anos e a maior esperança é sem dúvida a nossa estimada sócia Dr.ª Ana Sara Brito que além de membro dos corpos sociais da casa é vereadora da Câmara de Lisboa, está bem por dentro das necessidades da casa e, sei fará todos os possíveis para resolver de uma vez por todas este malfadado problema.

Nesta hora, gostaria de ter uma palavra, para com os que deixaram de fazer parte dos corpos sociais desejando como é óbvio as maiores felicidades aos que ficam porque a meta é o futuro e o futuro passa por cimentar cada vez mais a importância da casa na área de Lisboa e na Região.

São eles o Modesto Navarro que na sua mensagem esteve sempre presente a importância da casa no contexto da grande Lisboa e ao mesmo tempo alertando para os problemas da região. Ao Dr. Serafim de Sousa que com a sua peculiar forma de ser, viveu a casa de uma maneira bem diferente contagiando todos com a sua dinâmica de trabalho e forma de comunicar, trazendo-nos momentos de alegria apesar das actas que teve que fazer durante estes últimos anos.

Ao Manuel Ferreira pelo sentido do trabalho associativo desenvolvido na casa.

Á Dr.ª Maria Virgínia pelo grande esforço que tentou imprimir á casa na actividade cultural.

Ao Dr. Duarte Guedes Vaz e sua equipa pelo grande trabalho desenvolvido em prol de um melhor Concelho Regional e pela constante preocupação com a casa e a região.

Á D. Dores por ter trazido o sentimento das nossas terras ao serviço da casa nomeadamente através da qualidade gastronómica ao grupo Maranús pelo contributo inexcedível de longo tempo para com a casa, ao antigo grupo de cantares da casa em particular ao Dr. Marcelo Brandão e aos membros que durante anos formaram a banda filarmónica da casa em particular ao Carlos Gomes Silveira.

Ao Dr. Abel Moutinho que podendo ser considerado algo excessivo em quês e porquês em relação a determinadas tomadas de posição, não deixa contudo de debater afincadamente a casa e de se preocupar com ela e com a região.

Ao Eng.º Machado Rodrigues e a importância do seu grande contributo através do terreno para a construção da sede. Ao Coronel Teófilo Bento e a preocupação de manter o elo dos sócios com a casa ao Dr. Fernando Sá e a constante preocupação com a questão financeira da casa, ao Eng.º Amilcar Morais pelo grande contributo na adaptação e organização da casa a nível informático.

Ao Sr. General Alípio Tomé Pinto por ter estado sempre com a casa durante estes anos todos e pelo apelo aos valores da nossa terra que sempre tentou chamar para a casa.

Por último ao Dr. Armando Jorge e Silva o homem que nos últimos anos mais me impressionou pela sua inteligência, dedicação á casa e disponibilidade em relação ao trabalho voluntário nela desenvolvido, á grande capacidade de trabalho e pela visão equilibrada e ponderada com que sempre viveu a casa. Do conhecimento que tenho da casa e do contacto que tive com inúmeros sócios que contribuíram para o bem estar dela durante estes 34 anos, não tenho dúvidas em reconhecer o Dr. Armando Jorge como um dos grandes homens que passaram por ela, a sua postura e o seu trasmontanismo de amor ás causas da casa e da região falam mais alto que as palavras, estes são os valores herdados da sua meninice e que perduram felizmente ainda até aos nossos tempos.

Ninguém tem dúvidas que a história é feita do passado valorizá-la depende de nós mas para isso é importante que saibamos adaptarmo-nos ao presente com o objectivo de atingir o futuro e, é pensando nele que a casa precisa forçosamente de ser renovar e organizar projectando-a para o exterior o mais depressa possível. Esse futuro deve passar essencialmente por uma maior visibilidade junto da Comunicação Social, autarquias da nossa região e da Câmara de Lisboa de forma a inseri-la nas actividades da própria cidade. Somos cerca de 350 mil não podemos continuar a funcionar só para um número cerca de 1000 pessoas. Os debates concelhios, o jornal, o restaurante, a actividade cultural e musical nomeadamente a resolução do contencioso com o grupo de Lhíngua Mirandesa são primordiais para o bom funcionamento da casa.

Á nova direcção desejo as maiores felicidades ao novo Presidente Prof. Jorge Valadares assim como ao Sr. Dr. Guilhermino Pires que como homem da casa e seu grande conhecedor estou certo, irão dar seguimento ao trabalho desenvolvido pela anterior direcção de forma a dar os frutos que todos desejamos, ou seja a conclusão da eterna nova sede trazendo-nos definitivamente a felicidade que nos tem faltado há tempo demais. Vamos ter esperança e apoiar a casa de forma a contribuirmos para a sua continuidade no tempo.

Um abraço a todos os sócios.

Viva a nossa Casa ! Viva a nossa Região de Trás-os-Montes e Alto Douro !

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