segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Aquele castanheiro !...

Naquela volta apertada do caminho, bem junto ao ribeiro,
Lá estava ele, aquele velho tronco negro, já queimado!...
Ainda erecto e com nobreza!... foi morto, fulminado
Por um raio!... Era um secular e majestoso Castanheiro!...

Ali, com saber e carinho, foi plantado por obreiro!
Cresceu!... fez-se grande!... com amor foi tratado!...
Acordou verde na Primavera!... por vendavais foi fustigado!
Estios abrasadores!... noites frias de luar, em Janeiro!

Alguém, passando perto, cravou nele aquele machado!...
De que ele sentiu o ferro até ao mais fundo da alma!...
Não, não chorou!... mas tornou de sangue aquele ribeiro!

Com que nobreza mostra os restos do seu passado!
Como é de saudade a água que no ribeiro corre calma!
Como me assemelho a ti, meu velho Castanheiro!...

José Agostinho Fins
Agrochão - Vinhais
(fins.707@gmail.com)

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