Não posso deixar de começar este editorial por desejar a todos os nossos leitores e seus familiares um Bom Ano, com saúde e muitas alegrias. É altura de prestar contas aos associados do trabalho desenvolvido ao longo do ano que findou, na senda dos grandes objectivos para que nos propusemos caminhar. Assumindo com humildade que um ou outro propósito esteve longe de ser alcançado, por exemplo a regularidade que tanto desejávamos da publicação deste jornal, estamos de consciência tranquila pelo esforço desenvolvido ao longo do ano que findou e orgulhosos por muito do que conseguimos fazer. Durante o ano passado realizámos um total de 38 reuniões contra as 20 estatutariamente previstas, Isto traduziu-se numa variedade de eventos, dois dos quais deram enorme visibilidade à nossa Instituição e contribuíram de modo decisivo para um fluxo crescente no número de associados que passaram a pagar as suas quotas atempadamente. Referimo-nos, concretamente, às duas grandes Festas que decorreram na Praça da Figueira. Uma delas foi a Festa do Folar e do Azeite, que associou à sua tradicional finalidade internalista uma outra que teve a ver com a homenagem a uma grande figura da literatura e da política nacional que foi o escritor mogadourense Trindade Coelho. Decorreu no dia 5 de Abril e contámos com a colaboração das Câmaras Municipais de Lisboa e de Mogadouro e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, mas em que o maior peso logístico da sua organização recaiu sobre nós. Também este evento proporcionou à nossa Casa uma projecção enorme, pois visitaram o espaço da CTMAD na Praça da Figueira milhares de pessoas, incluindo estrangeiros de diversas nacionalidades.
O outro evento importante que decorreu na mesma Praça central de Lisboa começou ainda na sexta, dia 29 de Maio e terminou no final do domingo seguinte. Tratou-se de um certame que traduziu o cumprimento de uma tradição, durante largos anos interrompida, de várias Casas Regionais com Sede em Lisboa participarem nas tradicionais Festas desta Cidade dedicadas aos Santos Populares. Foi uma excepcional oportunidade de divulgarmos junto dos lisboetas e dos turistas presentes na capital, as nossas valências culturais, sociais e artísticas. A nossa Instituição foi a que apresentou mais grupos musicais, concretamente quatro, o que envolveu um esforço financeiro de monta para o que é habitual nas nossas Festas.
Um outro aspecto relevante a destacar em 2009 foi a coragem e determinação com que enfrentámos o sério problema que há anos se arrasta e que é o da nova Sede. Com base no velho princípio popular que «vale mais um pássaro na mão do que dois a voar», decidimos, após auscultarmos o parecer prévio de vários associados que viveram de perto esse problema, avançar para uma Assembleia-geral com uma proposta de permuta do direito de superfície de um terreno no qual estamos legalmente impedidos de construir a nova sede, pelo de uma vivenda de dois pisos com logradouro na traseira e que está em fase de devolução à CML, situada no Paço da Rainha, numa zona bem central e acessível (junto à Academia Militar e à Embaixada de Itália). Apraz-nos registar que a proposta foi aprovada por unanimidade pelos muitos associados presentes na Assembleia. Estamos firmemente convictos que com a nossa futura Sede num palacete condigno e com o actual andar onde estamos instalados a ser rentabilizado, a CTMAD ficará numa situação económica muito mais confortável.
Foi também em 2009 que coube à Direcção da CTMAD a responsabilidade de dirigir os destinos do Conselho Nacional das Casas Regionais de Lisboa (CNCRL). Herdando uma organização praticamente moribunda, pois não tomou qualquer iniciativa nos últimos anos, convocámos duas reuniões desse Conselho, em que convidámos dois representantes de cada Casa Regional, solicitámos duas reuniões na Câmara Municipal de Lisboa, uma na EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural tendo em vista a organização de uma grande Festa das Casas Regionais de Lisboa por ocasião das Festas da Cidade de Lisboa e outra com o Vereador da Câmara Dr. Manuel Brito, para lhe comunicar o nosso desejo de contarmos com o apoio do Município. A experiência deste ano de direcção do CNCRL levou-nos a concluir que o poder reivindicativo actual deste organismo junto da CML é praticamente nulo, pois o estado latente em que caiu pouco tempo depois da sua fundação fez com que nem sequer se tivesse legalizado juridicamente. Entretanto foi criada a Associação das Casas Regionais em Lisboa (ACRL), essa sim com existência legal e com grande dinamismo.
É nossa opinião que o poder reivindicativo junto da CML passa pela existência de uma única entidade legal que englobe todas as casas que representam regiões maiores ou menores do nosso país e é um facto que neste momento a única entidade legalmente constituída é a ACRL. A existência de uma única entidade representante de todas as regiões do país, regiões naturais, distritais ou concelhias, passará pois, necessariamente, pela negociação com a ACRL. É por este objectivo que iremos lutar dentro da estrutura do CNCR, mesmo depois de passar o testemunho à Casa do Açores numa reunião marcada para o próximo mês.
Muitas outras decisões e actividades exigiram muito esforço directivo. Uma que também merece destaque foi a resolução de um problema que se arrastava e que era o termos pessoas transmontanas competentes no serviço de cozinha e de mesa para os almoços e jantares de convívio. Mas outros foram igualmente importantes, como a já tradicional romagem à nossa região, a Festa de aniversário que incluiu uma homenagem ao pintor Nadir Afonso, o apoio a variadas causas para benefício da nossa região, algumas sessões culturais, etc. Deste intenso trabalho daremos público conhecimento e prestaremos contas num relatório de final de ano a apresentar em próxima Assembleia-geral.
#Jorge Valadares
1 comentário:
1. O Plano de Actividades da actual Direcção refere, entre o mais, que: “Esta aquisição realizar-se-á após a desocupação do respectivo imóvel, através de uma acção de despejo, já accionada pela C. M. Lisboa em Julho de 2009 e respeitando um compromisso nesse sentido, assinado por ambas as partes (C.M.L e a C.T.M.A.D.).
2. Torna-se essencial que a Direcção informe através do site da Internet e do Jornal a identificação da Acção de Despejo e publique o documento/compromisso assinado pela Câmara e pela CTMAD.
Pelo que já tenho lido e ouvido há mais de dez anos, lamento concluir que nem daqui a uns cinco anos teremos nova sede.
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